O som daquela harpa antiga sempre me chamou. De algum lugar confortável e primitivo, daquele quase-porão misturado com garagem da casa da minha avó.
E eu pegava aquelas moedinhas antigas pra tocar... Olhando as partituras que eu nunca entendi direito. Naquele quintal, também, desde sempre...antigo... estruturado pelo chão com pedacinhos de pisos avermelhados. E mágicos. Cheio de hortências, aromas de bolos feitos no meio da tarde e lembranças difusas de todos os dias que soavam como domingos mornos.
A rampa de concreto, devo ter caído sei lá quantas vezes, nela. Lembro-me dos três canteirinhos nesse quintal dos fundos da casa da minha avó... os quais eu chamava instintivamente de ‘paraíso 1, paraíso 2 e paraíso 3’, lembro do abacateiro ‘mal assombrado’ que habitava este mesmo quintal, da jaboticabeira, da plantação dos morangos q eu (subversivamente) comia sem lavar e do meu amiguinho imaginário reconhecido neste lugar, que eu chamava de ‘poderzinho’ e morava na minha orelha. A capa vermelha e gasta dos volumes do 'mundo das crianças', que já tinham sido do meu pai... e eu me deixava dissipar pelos desenhos bizarros dos contos de fadas e das cantigas de roda, por entre as páginas mais gastas ainda e mais encantadoras...
Lembrando disto eu acho tão sutil... tão instrospectivamente belo... E com o passar dos anos meus ambientes foram mudando. Até este lugar meio ‘subcultura’, meio ‘quero fugir pro mato’,aonde tenho me situado .... Mas com certeza, os paraísos 1, 2 e o 3, continuam comigo.
Harpa antiga que sugere acordes difusos de lirismo... sim... que tocava o repertório da minha vida. Antiga. Sempre gostei de coisas antigas... embora se divida em mim uma sensação de tristeza serena... tipo quando eu vejo um casal de velhinhos de mãos dadas pela rua.
Harpa antiga que revela, sem querer... esta alma. A qualquer momento fugido, a qualquer intento escapado.Um bocado do meu mundo numa aquarela de cores neblinadas e perfumadas. Composição em notas, composição em tela, composição que não acaba!... Os acordes daquela harpa sempre me salvaram de toda mesmice cansativa e insistente, ... e, de alguma maneira, ainda salvam.
E eu pegava aquelas moedinhas antigas pra tocar... Olhando as partituras que eu nunca entendi direito. Naquele quintal, também, desde sempre...antigo... estruturado pelo chão com pedacinhos de pisos avermelhados. E mágicos. Cheio de hortências, aromas de bolos feitos no meio da tarde e lembranças difusas de todos os dias que soavam como domingos mornos.
A rampa de concreto, devo ter caído sei lá quantas vezes, nela. Lembro-me dos três canteirinhos nesse quintal dos fundos da casa da minha avó... os quais eu chamava instintivamente de ‘paraíso 1, paraíso 2 e paraíso 3’, lembro do abacateiro ‘mal assombrado’ que habitava este mesmo quintal, da jaboticabeira, da plantação dos morangos q eu (subversivamente) comia sem lavar e do meu amiguinho imaginário reconhecido neste lugar, que eu chamava de ‘poderzinho’ e morava na minha orelha. A capa vermelha e gasta dos volumes do 'mundo das crianças', que já tinham sido do meu pai... e eu me deixava dissipar pelos desenhos bizarros dos contos de fadas e das cantigas de roda, por entre as páginas mais gastas ainda e mais encantadoras...
Lembrando disto eu acho tão sutil... tão instrospectivamente belo... E com o passar dos anos meus ambientes foram mudando. Até este lugar meio ‘subcultura’, meio ‘quero fugir pro mato’,aonde tenho me situado .... Mas com certeza, os paraísos 1, 2 e o 3, continuam comigo.
Harpa antiga que sugere acordes difusos de lirismo... sim... que tocava o repertório da minha vida. Antiga. Sempre gostei de coisas antigas... embora se divida em mim uma sensação de tristeza serena... tipo quando eu vejo um casal de velhinhos de mãos dadas pela rua.
Harpa antiga que revela, sem querer... esta alma. A qualquer momento fugido, a qualquer intento escapado.Um bocado do meu mundo numa aquarela de cores neblinadas e perfumadas. Composição em notas, composição em tela, composição que não acaba!... Os acordes daquela harpa sempre me salvaram de toda mesmice cansativa e insistente, ... e, de alguma maneira, ainda salvam.
Um comentário:
smells like conto de fadas!
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