(1)
Entre a Dublin de Joyce e o sertão de Guimarães... Talvez a vida seja realmente essa busca incessante de (des) integração do nosso quebra-cabeça sélfico. Talvez... e me pergunto, diante destes ensaios de epifanias, nas minhas noites mais recentes... do que sinto tanta falta?
Gosto dos acordes do velho Dylan clamando pelo mágico e necessário Mr. Tambourine Man, do piano e da voz rouca de Tom Waits, da descontinuidade de alguns quadros do Kandinsky que me traz sensação de: “aqui dentro, junta tudo”... gosto das entranhas dissecadas ressoando como a ‘música das caixinhas de música’ de Clarice e da configuração labiríntica do ser em Pessoa (muito mais do que em qualquer filósofo chato e cansativo). Gosto de muita coisa.
E aí, me pergunto: gosto de tanta coisa... e de onde vem esta nostalgia?
(2)
Entre a Dublin de Joyce e o sertão de Guimarães... Talvez a vida seja realmente essa busca incessante de (des) integração do nosso quebra-cabeça sélfico. Talvez... e me pergunto, diante destes ensaios de epifanias, nas minhas noites mais recentes... do que sinto tanta falta?
Gosto dos acordes do velho Dylan clamando pelo mágico e necessário Mr. Tambourine Man, do piano e da voz rouca de Tom Waits, da descontinuidade de alguns quadros do Kandinsky que me traz sensação de: “aqui dentro, junta tudo”... gosto das entranhas dissecadas ressoando como a ‘música das caixinhas de música’ de Clarice e da configuração labiríntica do ser em Pessoa (muito mais do que em qualquer filósofo chato e cansativo). Gosto de muita coisa.
E aí, me pergunto: gosto de tanta coisa... e de onde vem esta nostalgia?
(2)
Aquilo que não se vê
Não interessam
tantas coisas
pra esta poeta
Somente
o que cabe,
por hora,
desfaz-se
desfaz-se
em lirismo
pressente-se
pressente-se
em brilho,
tons
entrepostos
e nuances
e nuances
desveladas
Sim...
Só me interessam
aquelas coisas
que não se pode ver
mas se sente
tanto...
Sim...
Só me interessam
aquelas coisas
que não se pode ver
mas se sente
tanto...
E eu não sei mais
do que preciso
pra sobreviver
Acho que de nada mesmo.
Ou somente
do que, no momento,
me interessa,
Aquilo que não se vê:
o espaço do entre
a ser preenchido,
o desvio das rotas
imaginárias
e o conteúdo
etéreo
das reticências...
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