You can dance the dust away
Make your single bed
And push the tea leaves down the drain
Take a long deep breath
And start the nightlife over again…]
***
Letras do soft cell soando como oração, para alguns talvez agora seja tarde.
Corridas frenéticas por diversão, ou mais ainda, por algum nível não linguístico de reintegração. Corrida além dos carros que passam apressados. Corrida minha, com a alma. A alma reluzindo nestes olhos lacrimejantes e embaçados pelas luzes dos faróis, pelo cansaço físico, pelo contato do vento gelado, pelo ensaio de embriaguez. Pode-se chamar ‘corrida’ o passeio de sensações embaralhadas e os anseios meio-que-despertos que vagueiam pelos meus eus-de-dentro.
Afinal, estou encontrando a noite.
Mas, para qualquer par de olhos descuidado que me contemple, eu apenas ando.
Anseio primário por alguma manifestação de vida verdadeira, quando encontro a luz neon de qualquer clube vazio no centro (ou nos cantos...) da cidade.
Não. Esta não é mais uma história bukowskiana (embora eu nutra total simpatia pelo velho Charles). Só quero falar do que eu vejo.
O relógio digital na calçada marcava exatas 03:45 da manhã. Eu não uso relógio. Sentimento pretensioso de atemporalidade, de ser simplesmente livre de qualquer conveniência sem a obrigação chata e taxativa de me intitular alternativa.
Minha alternativa sempre foi a noite. Em busca de sei lá que tipo de verdade, em busca do caráter, em alguns momentos, obscuro das pessoas - (todos os gatos são pardos) – a minha obscuridade? Eu nem sei o quanto me situo do ‘lado de dentro’ prá poder considerar o underground o ‘lado de fora’. Conceitos entrepostos. Conceitos muito mais fáceis de vivenciar através da experiência do que em meras discussões em mesas de bar, em salas de aula ou em settings terapêuticos. Quando penso no avesso das coisas, a única certeza que tenho é a de que estou por lá.
Talvez isso se dê porque as luzes neon roxo-azuladas reflitam nessa pele clara significados sobre os quais não me sinto capacitada para falar, mas estou sempre pronta para reconhecer.
E reconhecendo, eu sei que busco... só não tenho opinião formada sobre o que. Mergulhos internos, contatos externos, acordes ressoando pelas pistas vazias, latas de cerveja na mão, amores perdidos, a dança dos que não cansam.
“Sometimes I'm dreaming where all the other people dance…” “I've been waiting for a guide to come and take me by the hand..."
***
Letras do soft cell soando como oração, para alguns talvez agora seja tarde.
Corridas frenéticas por diversão, ou mais ainda, por algum nível não linguístico de reintegração. Corrida além dos carros que passam apressados. Corrida minha, com a alma. A alma reluzindo nestes olhos lacrimejantes e embaçados pelas luzes dos faróis, pelo cansaço físico, pelo contato do vento gelado, pelo ensaio de embriaguez. Pode-se chamar ‘corrida’ o passeio de sensações embaralhadas e os anseios meio-que-despertos que vagueiam pelos meus eus-de-dentro.
Afinal, estou encontrando a noite.
Mas, para qualquer par de olhos descuidado que me contemple, eu apenas ando.
Anseio primário por alguma manifestação de vida verdadeira, quando encontro a luz neon de qualquer clube vazio no centro (ou nos cantos...) da cidade.
Não. Esta não é mais uma história bukowskiana (embora eu nutra total simpatia pelo velho Charles). Só quero falar do que eu vejo.
O relógio digital na calçada marcava exatas 03:45 da manhã. Eu não uso relógio. Sentimento pretensioso de atemporalidade, de ser simplesmente livre de qualquer conveniência sem a obrigação chata e taxativa de me intitular alternativa.
Minha alternativa sempre foi a noite. Em busca de sei lá que tipo de verdade, em busca do caráter, em alguns momentos, obscuro das pessoas - (todos os gatos são pardos) – a minha obscuridade? Eu nem sei o quanto me situo do ‘lado de dentro’ prá poder considerar o underground o ‘lado de fora’. Conceitos entrepostos. Conceitos muito mais fáceis de vivenciar através da experiência do que em meras discussões em mesas de bar, em salas de aula ou em settings terapêuticos. Quando penso no avesso das coisas, a única certeza que tenho é a de que estou por lá.
Talvez isso se dê porque as luzes neon roxo-azuladas reflitam nessa pele clara significados sobre os quais não me sinto capacitada para falar, mas estou sempre pronta para reconhecer.
E reconhecendo, eu sei que busco... só não tenho opinião formada sobre o que. Mergulhos internos, contatos externos, acordes ressoando pelas pistas vazias, latas de cerveja na mão, amores perdidos, a dança dos que não cansam.
“Sometimes I'm dreaming where all the other people dance…” “I've been waiting for a guide to come and take me by the hand..."
Sozinha ou acompanhada. Em busca de toques que me devolvam em frações de segundos a sensação de nostalgia resolvida que eu perdi em algum lugar. Vontade de ser mundo.
Posso afirmar de olhos fechados que aprendi muito mais sobre as coisas e sobre as pessoas na noite do que em qualquer banco de faculdade.
A noite tem disso: este reconhecimento pela primazia da não linearidade, esta importância da consciência instintiva, esse movimento por vida misturado, em alguns momentos, com algum nível de decadência e solidão no escuro que não me assusta.
Fechar os olhos, balançar o corpo. A gente corre por essa vida, buscando maneiras de se perder e de se reorganizar em meio ao caos indiscutível. Talvez seja o ciclo...talvez seja minha maneira de tentar entender as coisas. Entender a noite como preparo: tentando não se perder na ofuscante luz do dia, e nas mensagens contraditórias do cotidiano.
Posso afirmar de olhos fechados que aprendi muito mais sobre as coisas e sobre as pessoas na noite do que em qualquer banco de faculdade.
A noite tem disso: este reconhecimento pela primazia da não linearidade, esta importância da consciência instintiva, esse movimento por vida misturado, em alguns momentos, com algum nível de decadência e solidão no escuro que não me assusta.
Fechar os olhos, balançar o corpo. A gente corre por essa vida, buscando maneiras de se perder e de se reorganizar em meio ao caos indiscutível. Talvez seja o ciclo...talvez seja minha maneira de tentar entender as coisas. Entender a noite como preparo: tentando não se perder na ofuscante luz do dia, e nas mensagens contraditórias do cotidiano.
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