sábado, 29 de agosto de 2009

Querência

Um vaga-lume
muge
na noite e distância
de uma chuva que estiou, chuvinha,
de uma porteira que bate, que range e que bate,
de um cheiro de únicos úmidos verdes inventos
de amigas árvores, agradadas,
de um marulho de riacho,
de muitos e matinais pássaros,
de uma
esperança-e-vida-e-velhice e morte
que faz em mim.
[João Guimarães Rosa]
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E eu suspiro

saudades verdes
estiadas
umidecidas
marulhadas
passarinhadas
esperançosas
(cheias de vida

e velhice
e morte...)
saudades
arvorecidas
-de galhos
retorcidos-
saudades
roseanas
lá do cerrado.

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