sexta-feira, 18 de setembro de 2009

rascunho

Aprendeu a esperar.
Enquanto a noite caía na cidade, o olhar perdido na janela. Prédios, nuvens, tonalidades azuis e rosadas, sol alaranjado não fornecendo dimensões de onde pode se acabar qualquer coisa.
O olhar perdido na janela...busca dentro de si mesma. Respostas? Talvez esse seja o momento de elaborar as perguntas... As suas lembranças difusas no ar... fora da janela, dentro deste quarto. Qualquer coisa que estes olhos encontrem despertam uma só lembrança: O sol, a poluição, a voz do Leonard Cohen, o concreto desgastado dos prédios, a vastidão do horizonte, a cadeira vazia no canto, a pilha de CDs, desorganizada – reflexo...
Aprendeu a entender que nem sempre os porquês são suficientes. Ou são necessários.
A noite chegando invade, sem pedir licença, esta alma envelhecida. As penumbras necessárias...do lado de dentro...do lado de fora, chamam a atenção para as velhas histórias, distantes, ecoantes no quarto vazio.
A respiração sôfrega, apressada. Anseia por caminhos, por sinestésicos e cintilantes leques de possibilidades. Pela ponta de mistério que des(estrutura) tudo e todas as coisas. Por novos segredos que ela desconhece, mas almeja. As lembranças deslizando... embaralham a vontade. Neste mundo de impermanências, existe o que permanece? Desejo...Pelos olhos reticentes que tanto despertam, que tanto explicam, em momentos tipo este...
...o inexplicável.
Aprendeu a ter saudades.

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