Existem épocas na vida da gente, nas quais aumentam-se a vontade e a propensão de falarmos em primeira pessoa. Não é minha intenção colocar em pauta o quanto há ou não há de mim em meus escritos. Esse tema não é passível de discussão, nem muito menos de justificativas. Esse tema é. Se é escrita minha, sou eu. São tantos outros pedaços de mim que venho recolhendo ao longo dessa jornada, são nuances que pego emprestado (mesmo) de outras pessoas, e revisito... teço, com minhas linhas invisíveis, novas roupagens e incorporo ao meu repertório indeterminado, não determinista. Dizem que os poetas são assim. Alimentam-se, mais do que deveriam, do ‘pegar emprestado’. Eu, pelo menos, quando ouvi isso de um deles me identifiquei de pronto. Com segurança pretensa e falta de lucidez necessárias de quem pega emprestado, mas sabe quem vem sendo.
Há épocas em que, nos sentimos mais fortes e mais dispostos a assumir os custos de qualquer esforço, de qualquer direção. E, embora saibamos que a via doentia pela qual o mundo e a cultura dominante se enveredaram, não representa aquilo que reverbera aqui dentro, sobressai-se um sentimento, que flutua como pano de fundo - como verdade inventada de que se entregar à rítmica suave da dança da existência, vale a pena.
E cada vez que constato novamente que sou capaz de chorar, quando a pedida do momento seria o endurecimento eu me sinto mais forte. E, nesse movimento, inclusive, não perder a ternura, manter o estranho advento de deslumbrar-se com o mais simples, de se entregar ao que diverge, de ser quem se é. De amar perdidamente e ser mundana o suficiente para guardar a certeza velada de que não vai ser nem um pouco difícil encontrar-se em uma esquina qualquer. Ter asas etéreas, calor interno, paz sobressalente.
Força alimentada, força conhecida essa, que me impulsiona a continuar, apesar das contradições que já são vistas, da minha perspectiva – ora envelhecida, ora incondicionalmente inocente - como lugar comum.
E cada vez que constato novamente que sou capaz de chorar, quando a pedida do momento seria o endurecimento eu me sinto mais forte. E, nesse movimento, inclusive, não perder a ternura, manter o estranho advento de deslumbrar-se com o mais simples, de se entregar ao que diverge, de ser quem se é. De amar perdidamente e ser mundana o suficiente para guardar a certeza velada de que não vai ser nem um pouco difícil encontrar-se em uma esquina qualquer. Ter asas etéreas, calor interno, paz sobressalente.
Força alimentada, força conhecida essa, que me impulsiona a continuar, apesar das contradições que já são vistas, da minha perspectiva – ora envelhecida, ora incondicionalmente inocente - como lugar comum.
Porque a minha vida pode ser muitas coisas, até mesmo doce...
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