segunda-feira, 11 de outubro de 2010

do amor...

dias desses, me perguntaram se eu achava que sabia o que é o amor. "Caralho", eu respondi... "não tinha uma pergunta mais fácil para uma terça à meia-noite?". "É o que tem pra hoje" - ele falou rindo, alguma coisa nesse sentido.
eu costumava me acusar difusamente por carregar certa pose de dona da verdade. talvez porque eu seja daquelas que quando começa a falar (ou devanear...rs) a roda pára, silencia e escuta. mas, atualmente eu resolvi tentar não me acusar mais de nada, de me limitar a pagar a minha faturinha do cartão crédito, e não mais a das outras pessoas. (piada interna)
sempre gostei de pensar sobre temas amplos como o amor, a liberdade, o ser, a dor, o tempo... guardo alguns textos de quando eu tinha 14 anos, tão bonitinhos, discorrendo sobre esse monte de coisa.
falei para esse grande amigo que o amor é simples. que ele não condiz exatamente a descarregarmos todos os nossos holofotes internos em cima dele, e deixá-lo na vitrine, o exaltando, ou supervalorizando. O amor está aqui dentro. Ele é parte de nós... e ele parte de nós. Entendi que com o tempo (outro grande tema) o amor se mostra de verdade, porque ele não é explosão, ele é linha tênue e invisível. Ele, de fato é parte de nós, e caminha (ou corre) junto com nossos defeitos ou nossas limitações. O amor não cura nada. Ou então, já nascemos curados, por que não?
E, quintaneando, novamente (ô fase...) eu disse p/ ele: "Sabe aquela coisa meio 'poeminha sentimental' do velho Quintana? Então... é isso. Mas terça que vem, quando a gente se encontrar depois do trabalho, me pergunta algo sobre política pública."
***
POEMINHA SENTIMENTAL
Mario Quintana

O meu amor, o meu amor, Maria
É como um fio telegráfico da estrada
Aonde vêm pousar as andorinhas...
De vez em quando chega uma
E canta
Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!)
Canta e vai-se embora
Outra, nem isso,
Mal chega, vai-se embora.
A última que passou
Limitou-se a fazer cocô
No meu pobre fio de vida!
No entanto, Maria, o meu amor é sempre o mesmo:
As andorinhas é que mudam.

Nenhum comentário: