terça-feira, 14 de dezembro de 2010

fragmentos

[pensamentos da madrugada]
talvez eu realmente estivesse precisando daquele trago de uísque (sem gelo) que neguei quando você me ofereceu.
talvez eu esteja realmente precisando de tantas coisas. conforme você disse. e eu não dei importância.
talvez, como você mesmo me contou, a vida seja, de fato, essa busca pela (des)integração do nosso quebra-cabeça sélfico.
sob tênue pano de fundo tecido pela desconfiança de que eu, de vez em quando, sou a mulher mais plena do mundo.
sob a certeza velada de que os seus olhos castanhos me contam muito mais das minhas angústias, (as com e as sem solução), do que eu sequer poderia imaginar... e até mesmo, querer.
sob a etérea concretude - das minhas reticências.
eu já me dei por vencida há muitos anos, e falei disso.
porque, naquela noite de julho eu descobrira que a vida não é um jogo. quebrei o espelho. e havia sangue nas minhas mãos.
e, na carona desta constatação, entendi que também não sou a pessoa mais necessária do mundo... mas confesso que doeu. e, cara... confesso também que tenho ansiado por qualquer natureza de sonho profético, de mensagem subliminar, de resquício de ajuda. uma bússola, talvez?
e, nas nossas infinitas conversas, você pergunta tanto-tanto sobre a minha opinião...
estou sem opinião -
esta madrugada.

Nenhum comentário: