quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

a dança da vida

(criado um tempinho depois da vivência de biodanza...)
***

em movimento quero sempre estar. nem sei se o anseio é preciso ou se a coisa toda se dá sem que eu note. o vidro aberto do carro favorece que a chuva molhe o meu rosto ido. e esta água que me contata é lágrima dada, que não brota de mim...mas é como se fosse. integração que difere de todas e justamente por isso, não me assusta.
eu danço com pés fixos no chão, eu danço em qualquer movimento (a cabeça, como dizia o poeta, eu gosto que avoe...rs). danço sim, quando vejo os seus olhos coloridos - justo eu, tão escolada em cantar todos os olhos castanhos que já foram ilusoriamente meus. eu danço em qualquer lugar, ao toque de qualquer som, à luz da celebração sinestésica de qualquer abraço que me apeteça. e muitos, tantos, quantos deles, me apetecem...
a dança revela uma nuance suave destas entranhas em curto circuito fluido. agradeço, com dança, o que já passou. e venho me reconhecendo (dentre tantas outras raízes) como uma consorte mundana - que com(o) o devir - dança.

Nenhum comentário: