quarta-feira, 29 de junho de 2011

solta

trabalhando durante a madrugada, olho a rua vazia. imagino a temperatura baixa que deve estar constando nos termômetros. lembro que, ainda hoje, um amigo meu que trabalha abordando pessoas que moram nas ruas me disse que um dos antigos atendidos por ele morreu. por causa desse frio.

e sigo - só p/ resgatar o Caio no post abaixo: Insisto na caminhada!

trabalhando durante a madrugada. sem ânimo para dormir porque daqui a pouco teria de acordar (saudade de dar aula à noite).

sigo identificando tantas coisas que não fazem mais o mesmo sentido para mim. sabendo de um jeito tão peculiar, às vesperas dos 29, quem eu sou, e não sabendo ao certo para onde ir... plenitude jamais: ainda bem! não acredito em plenitude perene. aposto ainda, todas as fichas imaginárias, na minha humanidade e nas minhas intermitências.

se eu ainda bebesse café, certamente esquentaria um para mim. se eu ainda fumasse sacaria um dos meus garams, assim...só p/ passar o tempo. as diferenças entre o tédio e o ócio (sim, isso ainda é tema dos meus almoços entre amigos). se eu ainda estivesse apaixonada, me aqueceria só de lembrar daqueles olhos castanhos e imantados. mas a vida me levou ao encontro de outros olhos. outros abraços. outras camas. e penso nisso, com um sorriso que soa como sendo de satisfação... e a minha gratidão difusa, me mobiliza a riscar o papel com um ensaio de poesia.

Essa minha simpatia por quem rompe... vai me levar para onde? Essas luzes foscas tornam tudo por aqui mais profundo. Então mergulho.

Solta, eu me sinto. Desprendida. Despretensiosa. Destemida, por que não?
Sozinha... na cidade de São Paulo, e, no planeta Terra.

Mas, ainda há madrugadas em que me assusta o fato de a solidão não me assustar.

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