quarta-feira, 14 de setembro de 2011

súplica

Esta noite.
em noites como essa
eu peço...
pela força da criação.
nunca adormecida.
que me sustenta...
pela via das intermitências
costuradas,
que cintilam.
pelo riso solto
escapado
por entre as nuances de lírica
que jazem neste quarto
vazio
pelo cansaço
das obrigações
necessárias
bem quistas/
não-quistas.
eu
plena - de estar
de acordo com as mudanças
de estado:
ora feliz, ora triste
se isso pudesse
me resumir (...)
seria sem graça.
Vibro.
pela poesia do Quintana
diante dos meus olhos esparsos
"deixa a paz em mim,
ama-me devagarzinho
que a vida é breve
e o amor, mais breve ainda"
Sinto falta
da montanha
da cadência das estrelas
em diferentes velocidades
que contato por lá,
do calor do corpo que impede
sentir a noite gelada,
o caminho (sem volta)
dos olhos
vivos - carinho imantado
meio meu,
meio nosso
meio do mundo...
Sinto saudade do que ainda
não vi
(eu tenho disso:
gostar do que não existe)
Essa noite preciso
de uma vodka
p/ me lembrar do tempo
em que isso me bastava
e sorrir aliviada
pelas infinitas
possibilidades
que me assolam
no alvorecer
dos 29,
(no retorno
de saturno)
e, por esta
lua cheia
que me guiará
indefinidamente
em tantas
e livres
noites
suplicadas...

3 comentários:

Guto disse...

escrevendo de madrugada? aposto que voltou a dar aula a noite, e a tomar café sem açúcar.
saudade dos nossos cafés hippie-punk-rajneeshs

Joanne Sometimes disse...

acertou em cheio, carinho.
dando aula todo dia, bebendo café sem açúcar, pilhadaça, cheia de olheira na cara, amor no coração e vontade de mudar o mundo... rs, ou seja, a mesma maluca de quase sempre.

Guto disse...

Nas palavras do velho Quintana: Como é bom morrer de amor... e continuar vivendo! Não é, minha pequena?!