sábado, 6 de outubro de 2012

exercício

não quero ter hora para voltar.  nessa intersecção infundada entre o caminho e o caminhar, situo-me : a caminhante.
não preciso de tempo linear para reconhecer as situações apresentadas, minha única direção é vivê-las e aceitá-las exercitando aquilo que acredito ser minha porção de autonomia cultivada.
preciso de dança, de sorrisos, preciso da vista do cerrado e das montanhas do sul de minas gerais sob os meus pés ávidos. preciso de afeto e de prazer, de resiliência...minha cabeça num misto de quietude e anseios. meu coração contenta-se por ter apenas beleza. e meus olhos contemplam...
O eu não existe (?). Já flutuei pelos paradigmas cartesianos, heideggerianos, nietzschianos, pela integralidade da visão holística do ser humano, pela formação do ser social na concepção onto-marxista, pela sabedoria não pretensiosa do Jiddu Krishnamurti, pelo amor ao divino do Yoganandra. atravessei, numa cadência de ressonâncias e sorrisos e sofrimentos alguns dos escritos do dr. Reich, pelo distanciamento entre natureza e cultura, o qual a milenar filosofia tradicional chinesa também aborda. Alguns conceitos, por entre tantos que existem e nunca chegarão ao meu conhecimento. Introjeto, devolvo para o mundo em ações ou falta de..., acomodo aqui dentro... mas o que fica?  Registros sensoriais. Valorização do não tangível. Da arte como o que vem de dentro, sem preocupação com significados... ou com o fato de ter que demonstrar conhecimento, ter que parecer alguém 'especial'. Isso não funciona mais, há um tempinho...
já que não há fronteiras entre o saber o sentir...sentimos.
abrimo-nos para novas e novas e novas situações. para o movimento. às vezes com certa preguiça desavisada de algumas pessoas, às vezes com amor.
exercício incondicional do humanizar, este: o de não mais conceituar.

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