
Landscape with Red Spots, No. 2, 1913
Oil on canvas117.5 x 140 cm
Guggenheim Museum, New York City
(extraído de:
http://oseculoprodigioso.blogspot.com/2005/12/kandinsky-wassily-expressionismo.html)
[Trecho do livro "Do Espiritual na Arte" - W. Kandinsky, 1910.]
..."o olho está em estreita relação nao só com o paladar mas também com os outros sentidos, o que, de resto, acha-se confirmado pela experiência. Há cores que parecem rugosas, e ferem a vista. Outras, pelo contrário, dão a impressão de lisas, de aveludadas. Sente-se vontade de acariciá-las (por exemplo, o azul-ultramar escuro, o verde-cromo, a laca vermelha). É essa sensação que produz a diferença no tom das cores, entre os tons quentes e os tons frios. (...)
Fala-se corretamente do "perfume das cores" ou de sua sonoridade. E não há quem possa descortinar uma semelhança entre o amarelo-vivo e as notas baixas do piano ou entre a voz do soprano e a laca vermelho-escura, tanto essa sonoridade é evidente.
Todo o mundo conhece a ação da luz colorida sobre o corpo, ação que é utilizada na cromoterapia. Por diversas vezes tentou-se colocar as propriedades da cor a serviço de fins curativos, em certas doenças nervosas. Assim, observou-se que a luz vermelha é tonificante para o coração e que, ao contrário, o azul retarda os movimentos cardíacos e pode até, pelo menos momentaneamente, paralisá-los. Lamentavelmente, o fato de que semelhantes efeitos possam ser observados em animais e em plantas retira todo valor a essa explicação com base na associação. Nem por isso deixa de ser exato, porém, que a cor esconde uma força ainda mal conhecida, mas real, evidente, e que age sobre todo o corpo humano.
Com maior razão, não é possível contentar-se com a associação para explicar a ação da cor sobre a alma. A cor,não obstante, é um meio de exercer sobre ela uma influência direta. A cor é a tecla. O olho o martelo. A alma é o piano de inúmeras cordas.
Quanto ao artista, é a mão que, com a ajuda desta ou daquela tecla, obtém da alma a vibração certa.
É evidente, portanto, que a harmonia das cores deve unicamente basear-se no princípio do contato eficaz. A alma humana, tocada em seu ponto mais sensível, responde."
Com maior razão, não é possível contentar-se com a associação para explicar a ação da cor sobre a alma. A cor,não obstante, é um meio de exercer sobre ela uma influência direta. A cor é a tecla. O olho o martelo. A alma é o piano de inúmeras cordas.
Quanto ao artista, é a mão que, com a ajuda desta ou daquela tecla, obtém da alma a vibração certa.
É evidente, portanto, que a harmonia das cores deve unicamente basear-se no princípio do contato eficaz. A alma humana, tocada em seu ponto mais sensível, responde."
[Trecho do livro "Do Espiritual na Arte" - W. Kandinsky, 1910.]
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