quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

batalha interna

Nas crônicas do Bob Dylan sobre a sua vida e a escalada em N. York, lembro, mais ou menos, de uma parte em que Bob conta que sua avó dizia para ele ser gentil sempre com as pessoas, afinal todo mundo está travando uma grande batalha. (interna ou externa...)
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talvez funcione para aumentar a confusão e inflamar a guerra, mas, a verdade é que esse poema do Miguel Torga já salvou a minha vida, mais de uma vez.
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GUERRA CIVIL

É contra mim que luto.
Não tenho outro inimigo.
O que penso,
O que sinto,
O que digo
E, o que faço,
É que pede castigo
E desespera a lança no meu braço.

Absurda aliança
De criança
E adulto,
O que sou é um insulto
Ao que não sou;
E combato esse vulto
Que à traição me invadiu e me ocupou.

Infeliz com loucura e sem loucura,
Peco à vida outra vida, outra aventura,
Outro incerto destino.
Não me dou por vencido
Nem convencido
E agrido em mim o homem e o menino



Miguel Torga

3 comentários:

Suelem RH e Marketing disse...

Oi Jo!
Bastante profundo esse poema hein!
Realmente, se pararmos para refletir, a todo momento estamos brigando conosco mesmo!
Mas ao mesmo tempo que pode ser encarado como "assustador", consigo visualizar como o ser-humano é lindo e mágico por esta e tantas outras questões!
Bjokas

Joanne Sometimes disse...

milagre! um comentário! haha
já tava levando isso aqui como um monólogo...
saudades su! venha mais vezes, ver meus devaneios...
bjo

Suelem RH e Marketing disse...

Podexá!
Eu passo de vez em quando, só que nem deixo recadinhos...
Mas serei mais assídua! rs*
Bjokas... continua escrevendo porque é muito bom, mesmo que achar estar escrevendo só para si... assim a gente não enlouquece!
rs*
Te adoro!
Bjaum