Caminhando pela Augusta, sozinha, de madrugada – pelo lado ‘wild’ da Augusta, como eu costumava dizer me referindo à música do Lou Reed... Concluí aos 28 anos recém completos que à medida em que passam das duas, eu posso nascer de novo, quando me der vontade. Posso escolher não ser mais imagem, e ser quem de fato eu sou. O eu, o mim. O eu por detrás do roseano mim. A entrelinha. A nuance. Substrato primordial de matéria orgânica e instintiva. Hoje eu quero o plasma (já dizia a Clarice). E amanhã também!
No meu ritmo de 'rosa dos ventos' recolho pela rua movimentada tantas das minhas referências construídas, internalizadas, devidamente ressonadas: o underground, as luzes abafadas, o glamour da decadência, a dança dos que não cansam.
A Augusta, com suas luzes neon e suas lojas de roupas de vinil entrepostas aos american bars transpira sexo fácil, nostalgia, resto de cerveja no copo de boteco trincado e muito, muito estilo.
Sei que essa noite é minha, assim como pertenço à noite. Pacto antigo esse... feito sem palavras, pela via imantada das ressonâncias. Entendi há muito tempo que na noite o grande lance não é se perder (como tantos vendem por aí). Eu sempre circulei na noite, para me encontrar... Ou, resgatando Florbela... sabendo me perder, para me encontrar... sempre!
Os olhares que eu desperto, os olhares desviados. As prostitutas montadas dão o tom de zona limítrofe. E necessária. De como a gente pode não valer nada... de como a gente pode valer demais. O olhar sem rumo do cara bonitinho com quem acabei de cruzar traz a exata dimensão da solidão dele. Acolho o vazio charmoso deste olhar e sigo carregando também a minha parcela de solidão, na pochete dos cigarros de cravo que eu nunca mais acendi...
Carrego tantas coisas que passeiam aqui dentro. A paz que me estrutura, o caos que permite os meus dois pezinhos na insanidade. O amor que humaniza e me liberta. O bocado de subversão que, na minha fantasia, possibilita que eu não me transforme em uma pessoa chata e cansativa. O doar-se, sempre... que me é tão genuíno. Sem espera de retorno na mesma proporção, pq sei que é grande, a ponto de eu não saber mensurar a extensão. Os tantos e fragmentados porquês infundados. O desejo secreto (ou não) por aquele modo de ser que, em alguma conversa perdida de bar, eu batizei de ‘alberto caeiro’s way of life’.
E assim sinto que sou de verdade. Ando estranhamente feliz, fluo meio bêbada, meio docemente e com a suavidade que a noite me ensinou, talvez contrastando com a dureza do concreto cinza e desgastado e com a volatilidade de tantos por aí, segurando os seus copos de vodka barata e esperando por algo – não existente- que salve suas vidas. Eu sou livre esta noite. E por tempo indeterminado.
No meu ritmo de 'rosa dos ventos' recolho pela rua movimentada tantas das minhas referências construídas, internalizadas, devidamente ressonadas: o underground, as luzes abafadas, o glamour da decadência, a dança dos que não cansam.
A Augusta, com suas luzes neon e suas lojas de roupas de vinil entrepostas aos american bars transpira sexo fácil, nostalgia, resto de cerveja no copo de boteco trincado e muito, muito estilo.
Sei que essa noite é minha, assim como pertenço à noite. Pacto antigo esse... feito sem palavras, pela via imantada das ressonâncias. Entendi há muito tempo que na noite o grande lance não é se perder (como tantos vendem por aí). Eu sempre circulei na noite, para me encontrar... Ou, resgatando Florbela... sabendo me perder, para me encontrar... sempre!
Os olhares que eu desperto, os olhares desviados. As prostitutas montadas dão o tom de zona limítrofe. E necessária. De como a gente pode não valer nada... de como a gente pode valer demais. O olhar sem rumo do cara bonitinho com quem acabei de cruzar traz a exata dimensão da solidão dele. Acolho o vazio charmoso deste olhar e sigo carregando também a minha parcela de solidão, na pochete dos cigarros de cravo que eu nunca mais acendi...
Carrego tantas coisas que passeiam aqui dentro. A paz que me estrutura, o caos que permite os meus dois pezinhos na insanidade. O amor que humaniza e me liberta. O bocado de subversão que, na minha fantasia, possibilita que eu não me transforme em uma pessoa chata e cansativa. O doar-se, sempre... que me é tão genuíno. Sem espera de retorno na mesma proporção, pq sei que é grande, a ponto de eu não saber mensurar a extensão. Os tantos e fragmentados porquês infundados. O desejo secreto (ou não) por aquele modo de ser que, em alguma conversa perdida de bar, eu batizei de ‘alberto caeiro’s way of life’.
E assim sinto que sou de verdade. Ando estranhamente feliz, fluo meio bêbada, meio docemente e com a suavidade que a noite me ensinou, talvez contrastando com a dureza do concreto cinza e desgastado e com a volatilidade de tantos por aí, segurando os seus copos de vodka barata e esperando por algo – não existente- que salve suas vidas. Eu sou livre esta noite. E por tempo indeterminado.
2 comentários:
minha bukowskiana!:D
eu ri, Carinho!
b-joke (I started a...)
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