quinta-feira, 7 de maio de 2015

a pizza

Hoje acordei meio tristinha. Daquelas tristezas que cabem no bolso e você leva pra passear.
De fato, são muitas coisas diferentes acontecendo na minha vida. Somadas à justificativa biológica da TPM, à justificativa climática, já que esse tempinho frio e cinza me deixa melancólica, à justificativa política, já que eu tenho o direito de me sentir assim e... à justificativa existencial de que se danem as justificativas. Sou uma possibilidade de ser (triste) também!
Enfim... coisas. Da vida.

Em dias assim, o melhor que tenho a fazer é ficar em silêncio e andar e escrever: diferentes tipos de movimentos que acabam me lembrando afirmativamente... que a vida também é movimento.
Mas hoje algo diferente aconteceu. Foi um dia truncado, difícil – do lado de fora também. Estava andando pela Augusta depois de me solidarizar com a greve dos professores, soube que o metrô de São Paulo estava mais caótico que o habitual. Desde janeiro ando pela Augusta em clima de despedida. Parei para tomar um café onde sempre costumo parar, e depois de esperar uns 20 minutos sem nem sinal do café, resolvi subversivamente, levantar e vazar daquele lugar, por estar sem a menor paciência.
Daí... me vi sem paciência.
Sem paciência pelas coisas não acontecerem no ritmo, intensidade e forma que anseio. E eu me vi egoísta. Vi a mim mesma humanamente confusa e, de vez em quando, perdida.
Já que não tive o meu desejo cafeinado suprido, fui para o plano B, regado a suco verde e naturebas afins. Comi em um local no qual eu mesma me servi, no meu tempo (tão bom poder atender ao meu generalzinho interno, de vez em quando)... mas senti que não era só isso.

Do outro lado da rua, as luzes do Pedaço da Pizza ganharam minha atenção. O Pedaço da Pizza é uma antiga pizzaria na Augusta, famosa por estar cheia de adolescentes (às vezes?) chatos, mas estava cedo, e estava vazio, e o calor do forno certamente me ajudaria com o frio (sim. tenho sérios problemas com o frio.).
A pizza de banana com chocolate calou a boca do meu generalzinho interno. Ela o tirou para dançar! Despiu a sua farda, encheu-o de flores coloridas tecidas pela psicodelia mais pura e simples, e fez com que ele percebesse (novamente) que na vida não precisamos de tanta rigidez... nem sempre as coisas precisam ser do jeitinho exato que queremos...afinal, existe chocolate, dentre outros fatores!
...E minhas papilas gustativas simplesmente seguiram o bailado conduzido por uma conexão que (talvez) nem três doses de ayahuaska favoreceriam.

Se eu pudesse dar um conselho para a humanidade hoje seria: Coma a pizza de banana e chocolate do Pedaço da Pizza!
Está tristinho? Sem perspectivas? A menina ou o cara com quem você saiu não te ligou? Leu muitos comentários nos posts políticos do facebook? 
Pizza! E dessa vez, sem obedecer ao clichê de que no Brasil tudo acaba em pizza. Essa pizza da qual estou falando foi reintegradora... a última coisa que ela seria no mundo: superficial.

Hoje todos os meus pequenos grandes problemas foram sanados por uma pizza de chocolate com banana. E, de quebra, ainda escrevi meia dúzia de besteiras sobre isso.
Assim, vivi a fatia mais plena do meu dia. Ansiando por dias em que as fatias mais integradoras não sejam necessariamente comestíveis (minha “boa” forma e minha inclinação às relações humanas agradecem ...rs). Mas, por ora... viva a banana e, ah... o chocolate!

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