O sol caindo no rio Amazonas - Dez/2013
Hoje eu me despeço do rio, olhando ele assim de frente, como
eu pude olhar para a história da minha vida, nesta primeira viagem da minha jornada pelo norte. É mania minha mesmo essa, a de revisitar os meus 31 anos a cada nova
experiência integrada.
As águas do rio Amazonas me fascinam desde a quinta série,
nas aulas de geografia, visto das apostilas conteudistas lá do Objetivo.
E, então, nesta nova jornada, eu tive o privilégio de assistir a
sucessivos momentos de por do sol. Com a
alma no rio. Eu-rio. Nos leitos das águas do Amazonas eu pude (também) me
encontrar. E me reconhecer.
E me relembrar também, do conto do Guimarães, tão presente
nas minhas lembranças para traduzir o indizível: E eu, rio abaixo, rio afora,
rio acdentro...o rio. Só isso... hoje eu só preciso do rio.
O rio me remete ao inconsciente arquetípico e uterino, à
geração do sagrado feminino, as águas em movimento me lembram que eu também sou
água em minha composição...e também estou em movimento e tenho a flexibilidade necessária para me adaptar, mesmo convivendo com o sentimento de inadequação (talvez necessário).
O sol descendo e desaparecendo por trás do Amazonas fica como
a lembrança mais bonita dessa viagem... eu-brilho, eu-refletido no astro rei:
tenho também os meus momentos de ascensão e de poente. As gotas douradas,
iluminadas pelos raios solares são como faíscas de luminescência que brotam de
mim, nos meus momentos de plenitude.
Eu: integrada, não mais com tanta ânsia por entender...entendi, por acaso, o que eu vim fazer em Belém do Pará...terra
desse encontro e de mais alguns encontros necessários. Eu vim desbravar,
porque não consigo compreender a vida sem esse movimento de desvelar o que não
me é conhecido. E, eu descubro, nas coisas mais simples da natureza, o tamanho
e a profundidade da minha força-corrente de leito. E eu rio - dessa felicidade despreocupada
que me invade e transborda por todos os meus afluentes...
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